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Jornalismo_Digital

Como faço para curtir?

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Por Maria Garcia

Característica marcante das últimas gerações do jornalismo digital, o recurso de compartilhar notícias da web ao alcance de um botão é um dos fatores inovadores da profissão jornalística da atualidade. Além de permitir que sites, blogs e vídeos (youtube, vimeo, etc) adentrem nas redes sociais sem necessitar que a empresa tenha disponível uma conta própria nestas, permite uma dinamicidade para o próprio meio comunicativo, que sairá do círculo limitado e estará a mercê de uma maior interação entre os internautas.

A ferramenta é simples e, a depender da página, tem uma dinâmica diferente. Nos textos noticiosos ou opinativos, o internauta encontra perto do texto um botão que sinaliza “curtir”, “recomendar” ou “compartilhar”. Cada um deles direciona a rede social para onde a notícia será divulgada. Assim, a pessoa que se interessou pelo texto e deseja sugerir a leitura a seus amigos das redes sociais precisará apenas apertar o botão. A depender do sistema, o internauta poderá escrever até um breve comentário do que gostou ou não da notícia, antes de seu compartilhamento. Pronto! Agora o texto já está imersa à leitura de um rol de indivíduos, além dos fiéis leitores do site.

O que diferencia isso da simples reprodução do link na rede social é a agilidade e facilidade da ferramenta. A pessoa não precisa nem entrar novamente na rede social, caso já esteja logado. Ótimo recurso para os queixosos da internet lenta. Outra diferencial também é a contabilização destes compartilhamentos, que proporciona o conhecimento do próprio público. A depender do número de recomendações, a empresa poderá verificar o que mais interessa o seu leitor (tema, assunto, editoria, jornalista, entre outros) e, de alguma forma, usar essa informação ao seu favor.

Em época pouco remota, o nascimento das redes sociais não necessariamente acompanhou o vão de notícias. Em sistemas como Mirc e bate-papos (Uol, Bol), embrião das redes sociais, aqueles que desejavam dividir notícias precisariam colar o link na íntegra, na barra de mensagens, algo pouco atraente para a própria notícia.

Ao analisar o curto trajeto do ciberespaço, o botão para recomendar não deixa de ser uma derivação do antigo “recomendar ao amigo por email”, algo que ainda permanece em certos sites. O email, contudo, deixou de ser a forma mais acessível de enviar mensagens. Ao passo em que a rede social passou de um público específico para uma das características centrais de interação do mundo digital. A partir disso, empresas jornalísticas não perderam tempo de se modificarem ao bel prazer e conforto de seu público.

Talvez esta pequena ferramenta nos sites jornalísticos seja uma das vários inovações que o jornalismo necessitava sofrer para continuar sendo um produto atraente para o mercado, como já havia declarado Rosental Alves, em seu texto de 2006 “Jornalismo Digital: Dez anos de web… e a revolução continua”. O jornalismo deixa de ser apenas online, limitada à sua página, e torna-se interativa e ciberespacial. As empresas de credibilidade e referência deixam suas marcas nas redes sociais, cada vez mais populosas.

Apesar de comum esta ferramenta em sites profissionais e amadoras, alguns problemas ainda podem ser encontrados. Não são em todos os sites que a ferramente realmente funciona. Em alguns, mesmo sinalizando a recomendação, a notícia não aparece nem como atividade computada na rede social. No entanto, ao passo que o webjornalismo se tornar mais íntimo desses recursos, estes se tornarão algo mais naturalizado, e consequentemente mais efetivos.

Sobre impressaodigital126

produto laboratorial da Oficina de Jjornalismo Digital da Facom/UFBA

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